MMA repassa R$ 10,4 bilhões ao Fundo Clima
A ministra Marina Silva e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, assinaram no dia
1º de abril o contrato para repasse de R$ 10,4 bilhões ao Fundo Nacional sobre
Mudança do Clima (Fundo Clima). A cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF),
foi acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os recursos serão repassados do MMA para o BNDES e financiarão projetos para o
combate à mudança do clima e o desenvolvimento sustentável do país. O aporte é
recorde desde a criação do fundo, em 2009, no segundo mandato do presidente Lula.
"Há uma grande demanda por projetos de muita qualidade e voltados para uma ação
de desenvolvimento sustentável que gere emprego, renda e que ajude no processo de
mudança econômica", afirmou Marina à imprensa após a reunião. "Esses recursos com
certeza farão diferença no processo de transformação da nossa matriz energética, na
agricultura resiliente, em cidades resilientes e outras agendas."
O fundo é vinculado ao MMA e sua modalidade reembolsável, que recebeu o aporte, é
operacionalizada pelo BNDES. De 2011, quando entrou em atividade, a 2022, o
mecanismo funcionava com R$ 300 milhões a R$ 500 milhões ao ano, em média.
"Vamos ter agora R$ 10 bilhões contribuindo para o Brasil continuar liderando o
enfrentamento da crise climática, a produção energética, a transição para uma
economia verde sustentável. São investimentos que vão gerar emprego, salário e,
principalmente, vão ajudar a combater a crise climática”, afirmou Mercadante.
Participaram da reunião o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad. A secretária nacional de Mudança do Clima do MMA, Ana Toni,
também acompanhou a assinatura.
Em 2023, após quatro anos de virtual paralisação, foram contratadas 27 operações,
com recursos de R$ 733 milhões, até então a maior contratação da história do fundo.
As operações no ano passado geraram 1.867 empregos e evitaram a emissão de 4,3
milhões toneladas de gás carbônico, equivalente às emissões dos carros na região
metropolitana de São Paulo durante 10 meses.
Parte dos R$ 10,4 bilhões foi captada no ano passado pela emissão dos primeiros
títulos soberanos sustentáveis, ou títulos da dívida externa com critérios sustentáveis.
O lançamento dos títulos foi realizado em setembro, na Bolsa de Valores de Nova York,
pela ministra Marina Silva e o ministro Fernando Haddad.
"Este é com certeza um dos maiores fundos do clima de países em desenvolvimento.
Quando lançamos os títulos, tivemos uma oferta ao redor de US$ 3 bilhões, mas o que
tínhamos disponibilizado era apenas US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). Isso nos dá
ânimo para novamente fazer uma captação e aumentar este volume", afirmou a
ministra.
O aporte transformará o fundo em um dos principais instrumentos para o
financiamento da transformação ecológica brasileira. As taxas para o financiamento de
projetos variam de 1% ao ano (florestas nativas e recursos hídricos) a 8% (geração de
energia solar e eólica), conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN),
mais a taxa do agente financeiro e o spread de risco do projeto.
Os recursos financiarão projetos do setor público, de empresas privadas e do terceiro
setor em seis áreas prioritárias: Desenvolvimento Urbano Resiliente e Sustentável;
Indústria Verde; Logística de Transporte, Transporte Coletivo e Mobilidade Verde;
Transição Energética (geração solar e eólica, e biomassa, eficiência energética, entre
outros); Florestas Nativas e Recursos Hídricos; e Serviços e Inovação Verdes.
"A ideia de uma política ambiental que não seja setorial, mas transversal, faz muito
sentido. Neste momento, o MMA ajuda a financiar, com esses recursos que foram
captados graças à ação do Ministério da Fazenda, inclusive algumas obras do Novo
PAC, como a eletrificação de frotas urbanas", disse Marina.
O Fundo Clima foi reformulado em 2023 para se adequar ao aumento de recursos e às
novas prioridades do governo federal. Está alinhado ao Plano de Transformação
Ecológica, ao Plano de Transição Energética, à Nova Industrialização, à promoção da
bioeconomia, à restauração florestal, ao fim do desmatamento e dos lixões, entre
outras iniciativas.
Com informações da MMA
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