Priorizar preservação da água doce evita perda de biodiversidade
Pesquisadores brasileiros concluíram que priorizar rios e lagos é uma das formas mais eficientes de evitar a perda de biodiversidade. Publicada na Revista Science, a pesquisa utilizou dados de duas regiões da Amazônia para mensurar o efeito que a proteção de ecossistemas de água doce tem para as espécies animais.
Embora ambientes de água doce correspondam a apenas 1% da superfície terrestre, eles abrigam 10% das espécies conhecidas. Ao mesmo tempo, a grande diversidade está sujeita a uma alta fragilidade. Segundo dados registrados nos últimos 50 anos, as populações de água doce diminuíram mais de 80%.
De acordo com Cecília Leal, uma das autoras do estudo, o planejamento é quase sempre feito pensando primeiro nos ambientes fora d’água e essa priorização torna as espécies de água doce vulneráveis. “É comum que os rios funcionem para demarcar o limite, a borda de uma área protegida, ao passo que deveriam ser tratados como centrais”, ressaltou.
Ela e colegas de instituições do Brasil e do exterior coletaram dados relativos a mais de 1500 espécies de plantas e animais e condensaram as informações em um programa que sugere as melhores decisões para a proteção ambiental. Os resultados obtidos variaram de acordo com a priorização dada. Quando o foco são os ambientes terrestres, os de água doce recebem apenas 22% dos benefícios que receberiam caso fossem tratados como prioridade. Quando o planejamento é feito de forma a integrar as necessidades de ambientes terrestres e aquáticos, porém, os benefícios para as espécies de água doce chegam a aumentar até 600%.
Segundo Leal, os dados mostram na prática que faz muito mais sentido a criação de reservas ambientais que levam em conta toda a trajetória dos principais rios de uma região. Clique aqui e veja o estudo completo.
Com informações da Folha de São Paulo
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